Síndrome do impostor no trabalho: tudo que precisa saber

Em Aconteceu na empresa por André M. Coelho

A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico onde a pessoa duvida de suas conquistas e tem um medo persistente de ser exposta como uma “fraude”, apesar de evidências externas de sua competência.

Esses indivíduos atribuem seu sucesso a sorte ou a interpretar a gentileza dos outros como uma forma de serem enganados sobre sua habilidade.

O que é a Síndrome do Impostor?

A síndrome foi primeiramente identificada em 1978 pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes. Ela é especialmente prevalente em ambientes de alta pressão e competitividade, como o local de trabalho.

Leia também

Não é classificada como um distúrbio psicológico no DSM-5, mas é reconhecida como uma forma específica de insegurança intelectual.

Sintomas comuns da Síndrome do Impostor

Os sintomas comuns da Síndrome do Impostor podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem uma mistura de dúvidas internas, medos e comportamentos auto-sabotadores, mesmo na presença de evidências externas de competência. Aqui estão alguns dos sintomas mais frequentemente relatados:

Sensação persistente de não ser bom o suficiente

Mesmo com um histórico de realizações, indivíduos com a síndrome do impostor lutam para internalizar seu sucesso, sentindo-se como se não merecessem o reconhecimento que recebem.

Medo de ser exposto como uma fraude

Há um temor constante de que outros descubram que eles não são tão competentes, inteligentes ou criativos quanto parecem ou quanto outros acreditam que sejam.

Atribuição do sucesso a fatores externos

Tendem a atribuir suas conquistas à sorte, ao acaso, ou acreditar que o sucesso veio apenas devido ao esforço exagerado, e não por suas habilidades ou talentos.

Perfeccionismo

Muitas vezes, estabelecem padrões irrealisticamente altos para si mesmos e se criticam duramente quando não conseguem atingir esses padrões. Esse perfeccionismo pode levar à procrastinação ou ao excesso de trabalho.

Dificuldade em aceitar elogios

Sentem desconforto ao receber elogios ou reconhecimento, desviando créditos ou minimizando suas realizações.

Autossabotagem

Podem adiar a entrega de trabalhos ou evitar assumir novos desafios por medo de falhar e confirmar suas próprias dúvidas sobre sua competência.

Ansiedade

Frequentemente acompanhada por níveis elevados de ansiedade, especialmente quando enfrentam novos desafios ou estão sob pressão para desempenhar bem.

Sintomas de depressão

Em casos mais graves, a síndrome do impostor pode contribuir para sentimentos de desvalia, isolamento e depressão, especialmente se a pessoa se sentir presa em um ciclo de dúvidas constantes sobre suas habilidades.

Dificuldade em compartilhar medos e dúvidas

Muitas vezes, mantêm suas inseguranças para si mesmos, acreditando que compartilhá-las seria uma confirmação de sua fraude, o que pode levar a um sentimento de isolamento.

Entender esses sintomas é o primeiro passo para reconhecer a síndrome do impostor em si mesmo ou em outros. A partir daí, é possível buscar estratégias eficazes para enfrentar e superar esses sentimentos, promovendo um maior senso de autoaceitação e confiança em suas próprias habilidades e conquistas.

Síndrome do impostor no ambiente profissional

No ambiente de trabalho, identificar a síndrome do impostor cedo vai te proteger e evitar problemas de saúde no longo prazo. (Imagem: PRH)

Síndrome do impostor: causas

As causas da Síndrome do Impostor são complexas e multifacetadas, envolvendo uma combinação de fatores pessoais, familiares e profissionais.

Embora não haja uma única razão que explique por que algumas pessoas desenvolvem essa síndrome e outras não, pesquisadores identificaram várias influências que podem contribuir para sua manifestação:

Educação e dinâmica familiar

Indivíduos criados em famílias que colocam uma ênfase extrema no sucesso e na realização, muitas vezes sob pressão para atender às altas expectativas, podem desenvolver a síndrome do impostor. A comparação constante com irmãos ou colegas, ou receber elogios apenas por conquistas e não pelo esforço, também pode contribuir.

Perfeccionismo

Pessoas perfeccionistas estabelecem padrões irrealisticamente altos para si mesmas. Quando inevitavelmente não conseguem atender a esses padrões em todas as situações, podem interpretar isso como uma prova de sua fraude, reforçando sentimentos de inadequação.

Personalidade

Traços de personalidade, como neuroticismo (tendência a experimentar emoções negativas), sensibilidade a críticas e uma baixa autoestima, podem predispor alguém a sentir-se como um impostor.

Experiências no ambiente de trabalho

Ambientes de trabalho altamente competitivos ou críticos, onde o reconhecimento e o feedback positivo são raros, podem alimentar a crença de que o sucesso de alguém é imerecido. Da mesma forma, iniciar um novo emprego ou enfrentar desafios desconhecidos pode desencadear sentimentos de inadequação.

Transições importantes da vida

Mudanças significativas, como graduar-se na universidade, iniciar um novo emprego ou ser promovido a uma posição de maior responsabilidade, podem ativar ou intensificar a síndrome do impostor. Essas transições podem trazer à tona inseguranças sobre habilidades e competências.

Diversidade e inclusão

Indivíduos de grupos sub-representados ou minoritários podem sentir pressão adicional para provar seu valor em ambientes predominantemente ocupados por outros grupos demográficos. Isso pode levar a um sentimento reforçado de ser um “impostor”, especialmente se houver experiências de discriminação ou viés.

Cultura e sociedade

Normas culturais e expectativas sociais sobre sucesso e competência podem influenciar como as pessoas veem a si mesmas e aos outros. Pressões para se conformar a padrões específicos de sucesso podem aumentar a probabilidade de desenvolver a síndrome do impostor.

Como identificar a síndrome do impostor?

Identificar a Síndrome do Impostor é um passo fundamental para superá-la. Reconhecer os sinais em si mesmo ou em outros pode ser desafiador, dada a natureza interna e muitas vezes oculta desses sentimentos. No entanto, há estratégias específicas que podem ajudar a identificar a presença dessa síndrome:

Auto-observação e reflexão

O primeiro passo é a auto-observação e reflexão. Pessoas que sofrem da Síndrome do Impostor muitas vezes têm um diálogo interno negativo, descontando suas conquistas e atribuindo seu sucesso à sorte ou a fatores externos.

Prestar atenção a esses pensamentos e questionar sua validade pode ajudar a identificar a síndrome. Manter um diário de conquistas e os esforços necessários para alcançá-las pode ser uma ferramenta útil nesse processo.

Feedback de colegas e supervisores

Outra maneira de identificar a Síndrome do Impostor é através do feedback de colegas e supervisores. Muitas vezes, a percepção que os outros têm de nossas competências e contribuições é mais positiva do que a nossa.

Conversar abertamente sobre sentimentos de inadequação com pessoas de confiança pode revelar um contraste entre como nos vemos e como os outros nos veem.

Avaliação de comportamentos e hábitos

Comportamentos como procrastinação, supertrabalho e evitar desafios ou oportunidades de promoção podem ser indicativos da Síndrome do Impostor. Avaliar por que esses comportamentos ocorrem—se é por medo de falhar ou de ser descoberto como um “fraude”—pode ajudar na identificação.

Reconhecimento de padrões de pensamento

Reconhecer padrões de pensamento típicos da Síndrome do Impostor, como a crença de que você não é inteligente, competente ou capaz o suficiente, independentemente das evidências de sucesso, é crucial. Esses padrões de pensamento muitas vezes levam a sentimentos de ansiedade, estresse e insatisfação profissional.

Busca por apoio profissional

Às vezes, pode ser difícil identificar a Síndrome do Impostor sozinho. Nesses casos, buscar apoio profissional de um terapeuta ou coach de carreira pode ser benéfico. Esses profissionais podem ajudar a identificar sinais e fornecer estratégias para superar esses sentimentos.

Questionários e ferramentas de autoavaliação

Existem questionários e ferramentas de autoavaliação desenvolvidos especificamente para identificar a Síndrome do Impostor. Esses recursos podem oferecer insights sobre a presença e severidade da síndrome, servindo como ponto de partida para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento.

Como tratar a síndrome do impostor?

Identificar a Síndrome do Impostor é um passo fundamental para superá-la. Reconhecer os sinais em si mesmo ou em outros pode ser desafiador, dada a natureza interna e muitas vezes oculta desses sentimentos. No entanto, há estratégias específicas que podem ajudar a identificar a presença dessa síndrome:

Auto-Observação e Reflexão

O primeiro passo é a auto-observação e reflexão. Pessoas que sofrem da Síndrome do Impostor muitas vezes têm um diálogo interno negativo, descontando suas conquistas e atribuindo seu sucesso à sorte ou a fatores externos.

Prestar atenção a esses pensamentos e questionar sua validade pode ajudar a identificar a síndrome. Manter um diário de conquistas e os esforços necessários para alcançá-las pode ser uma ferramenta útil nesse processo.

Feedback de Colegas e Supervisores

Outra maneira de identificar a Síndrome do Impostor é através do feedback de colegas e supervisores. Muitas vezes, a percepção que os outros têm de nossas competências e contribuições é mais positiva do que a nossa.

Conversar abertamente sobre sentimentos de inadequação com pessoas de confiança pode revelar um contraste entre como nos vemos e como os outros nos veem.

Avaliação de Comportamentos e Hábitos

Comportamentos como procrastinação, supertrabalho e evitar desafios ou oportunidades de promoção podem ser indicativos da Síndrome do Impostor. Avaliar por que esses comportamentos ocorrem—se é por medo de falhar ou de ser descoberto como um “fraude”—pode ajudar na identificação.

Reconhecimento de Padrões de Pensamento

Reconhecer padrões de pensamento típicos da Síndrome do Impostor, como a crença de que você não é inteligente, competente ou capaz o suficiente, independentemente das evidências de sucesso, é crucial. Esses padrões de pensamento muitas vezes levam a sentimentos de ansiedade, estresse e insatisfação profissional.

Busca por Apoio Profissional

Às vezes, pode ser difícil identificar a Síndrome do Impostor sozinho. Nesses casos, buscar apoio profissional de um terapeuta ou coach de carreira pode ser benéfico. Esses profissionais podem ajudar a identificar sinais e fornecer estratégias para superar esses sentimentos.

Questionários e Ferramentas de Autoavaliação

Existem questionários e ferramentas de autoavaliação desenvolvidos especificamente para identificar a Síndrome do Impostor. Esses recursos podem oferecer insights sobre a presença e severidade da síndrome, servindo como ponto de partida para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento.

Histórias de sucesso no tratamento da síndrome do impostor

Inúmeras pessoas já enfrentaram e superaram a síndrome do impostor, provando que, com as estratégias certas, é possível vencer esses sentimentos de dúvida.

Camila Pitanga

Durante suas participações em entrevistas, Camila Pitanga compartilhou experiências de enfrentamento com a síndrome do impostor, especialmente nas fases iniciais de sua trajetória artística. Ela descreveu como a insegurança e o questionamento sobre sua aptidão a faziam duvidar de sua capacidade, sentindo-se não apta para o sucesso. Contudo, com o avançar do tempo e a aceitação do público, ela superou essas incertezas e se estabeleceu como uma das atrizes de destaque no cenário nacional.

Emicida

O artista Emicida é outro exemplo de superação da síndrome do impostor. Em suas composições e declarações, ele abordou o sentimento de inferioridade e a batalha interna para ultrapassar esses obstáculos. Por meio de seu engajamento com a música e o reconhecimento de seu esforço, ele edificou uma trajetória de êxito, tornando-se fonte de inspiração para muitos.

Thais Godinho

Thais Godinho, à frente da Godinho Consultoria, também compartilhou sua luta contra a síndrome do impostor ao longo de sua carreira empresarial. Ela revelou sentir-se deslocada e a necessidade de fortalecer a crença em seu próprio potencial para atingir suas metas. Por intermédio de orientação e crescimento pessoal, ela venceu esses desafios negativos e se consolidou como uma influência no empreendedorismo feminino no país.

Rafael Jordão

Rafael Jordão, destacado jogador de vôlei e medalhista olímpico em Tóquio 2020, também expressou ter enfrentado a síndrome do impostor. Ele relatou a pressão adicional por ser o único atleta negro na equipe nacional brasileira e a necessidade de demonstrar seu valor incessantemente. Sua habilidade e empenho foram fundamentais para superar esses desafios, posicionando-o como um dos atletas proeminentes da equipe.

Você

Sim, você igualmente pode se tornar um exemplo de superação da síndrome do impostor. Reconhecendo os sinais, procurando suporte profissional e adotando estratégias eficazes para enfrentar os pensamentos negativos, é possível vencer essa barreira e realizar seu pleno potencial.

Lembre-se:

A síndrome do impostor é uma vivência compartilhada por muitos, atravessando diferentes esferas da vida.

Não está sozinho(a) nesta jornada, e há recursos disponíveis para auxiliar no processo de superação.

Com dedicação e tempo, aprender a confiar em suas capacidades e atingir seus objetivos é plenamente alcançável.

Recursos para enfrentar a síndrome do impostor:

Terapia: Um espaço terapêutico pode oferecer apoio na identificação e manejo dos pensamentos negativos associados à síndrome do impostor, além de desenvolver técnicas de enfrentamento.

Grupos de apoio: A participação em grupos, seja online ou presencialmente, fornece um senso de comunidade e compreensão mútua entre aqueles que experienciam desafios semelhantes.

Leituras e pesquisas: Existem diversos materiais, incluindo livros e artigos, que abordam a síndrome do impostor, oferecendo insights e conselhos práticos.

Práticas de autocuidado: Engajar-se em atividades de autocuidado, como exercícios físicos, práticas meditativas e uma nutrição balanceada, contribui para a redução de estresse e ansiedade, elementos que podem intensificar a síndrome do impostor.

Prevenindo a Síndrome do Impostor

Prevenir a Síndrome do Impostor envolve criar um ambiente pessoal e profissional que promova a autoestima, o reconhecimento das próprias capacidades e o desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento. Aqui estão algumas estratégias para prevenir o surgimento dessa síndrome:

Cultive uma Mentalidade de Crescimento

Encare desafios e erros como oportunidades de aprendizado, não como falhas ou prova de incompetência. Uma mentalidade de crescimento ajuda a valorizar o processo de desenvolvimento pessoal e profissional, reconhecendo que habilidades e inteligência podem ser desenvolvidas com esforço e tempo.

Estabeleça Objetivos Realistas

Definir metas alcançáveis e desafiantes, mas realistas, pode prevenir sentimentos de frustração e inadequação. Ao alcançar esses objetivos, celebre os sucessos para reforçar a confiança em suas habilidades.

Pratique o Autocompaixão

Seja gentil consigo mesmo em momentos de dúvida ou falha. A autocompaixão envolve tratar-se com a mesma empatia e compreensão que você ofereceria a um amigo em situação semelhante. Isso pode ajudar a diminuir a pressão interna e a autocritica exacerbada, componentes chave da Síndrome do Impostor.

Desenvolva Habilidades de Resiliência

A resiliência ajuda a lidar com os desafios e a recuperar-se de contratempos sem perder a confiança em suas capacidades. Isso pode incluir técnicas de manejo de estresse, como mindfulness e exercícios de relaxamento, além do desenvolvimento de uma rede de suporte social e profissional sólida.

Fomente um Ambiente de Trabalho Positivo

Um ambiente de trabalho que promove feedback positivo, reconhecimento de conquistas e uma cultura de suporte mútuo pode diminuir significativamente as chances de desenvolver a Síndrome do Impostor. Encoraje uma comunicação aberta sobre falhas e aprendizados, removendo o estigma associado ao erro.

Promova a Consciência sobre a Síndrome do Impostor

Educar-se e aos outros sobre a Síndrome do Impostor pode ajudar a normalizar a experiência e promover estratégias de enfrentamento. Workshops, palestras e recursos educacionais sobre o tema podem ser valiosos para comunidades e organizações.

Busque Feedback Construtivo

Solicitar e valorizar feedback construtivo pode ajudar a construir uma percepção mais realista de suas habilidades e contribuições. Isso também pode incentivar o reconhecimento de áreas para desenvolvimento sem gerar sentimentos de inadequação.

Valorize Suas Conquistas

Mantenha um registro das suas conquistas e das habilidades necessárias para alcançá-las. Isso pode servir como um lembrete tangível de suas competências quando a dúvida surgir.

Perguntas Frequentes (FAQ)

A síndrome do impostor afeta mais homens ou mulheres?

Estudos sugerem que afeta ambos os gêneros igualmente, embora as mulheres possam relatar mais frequentemente.

É possível superar completamente a síndrome do impostor?

Sim, com as estratégias e apoio certos, é possível superar a síndrome.

Como posso ajudar um colega que sofre da síndrome do impostor?

Ofereça apoio, encoraje a discussão aberta sobre sentimentos e inseguranças, e destaque suas realizações reais e habilidades.

A síndrome do impostor é considerada um distúrbio mental?

Não é classificada como um distúrbio mental, mas pode estar relacionada a questões de ansiedade e depressão.

Qual é o primeiro passo para lidar com a síndrome do impostor?

Reconhecer e aceitar que o que você está sentindo é um fenômeno comum e que você não está sozinho nessa luta.

Prevenir a Síndrome do Impostor não significa eliminar completamente a dúvida ou a insegurança, mas sim desenvolver ferramentas e estratégias para gerenciar esses sentimentos de maneira saudável e construtiva.

Ao promover um ambiente de apoio, reconhecimento e crescimento, é possível minimizar o impacto dessa síndrome na vida pessoal e profissional.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André é pós-graduado em pedagogia empresarial, especializando na padronização de processos. Possui mais de 300 horas em cursos relacionados à administração de empresas, empreendedorismo, finanças, e legislação. Atuando também como consultor e educador empresarial, André escreve sobre Recursos Humanos desde 2012.

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