Trabalhar em cruzeiro marítimo! Vale a pena?
Trabalhar em um navio de cruzeiro parece ser o melhor trabalho de todos. Brincadeiras, bom humor, clima de festa, viagem, conhecer vários portos ao redor do mundo. Mas não é só de alegrias que vive quem trabalha em um cruzeiro.
Conversamos com algumas pessoas que já trabalharam ou ainda trabalham em cruzeiros, e as histórias que eles contam são bem diferentes do que eles realmente vivenciaram em um Cruzeiro. Outras, são bem motivadores sobre a carreira no mar.
Tripulantes de cruzeiros tem uma área exclusiva no navio
Apesar de dormirem em quartos de tamanho de armário, bem longo do convés, os tripulantes de cruzeiros passam parte do tempo desfrutando de algumas comodidades desertas, disponíveis apenas para a tripulação. Estamos falando de decks privados, banheiras de hidromassagem, academias, bares, salas de jantar. Essas comodidades variam de navio para navio, e é aconselhável a quem quer trabalhar em cruzeiros que conheça, pela internet ou por amigos, quais são as comodidades de cada cruzeiro, antes de tentar o emprego.
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Trabalhar em cruzeiros marítimos significa tentar dormir com seus colegas de trabalho fazendo festas altas horas
Imagine uma festa com som alto, e bebida grátis ou muito barata. Agora imagine que você está cansado depois de um dia de trabalho, está nessa festa, e não tem como sair dela. Essa é a vida de quem trabalha em navios. Por um lado, sempre você terá uma festa para participar. Por outro, você terá muita dificuldade em dormir e descansar.
Trabalhar em cruzeiros significa estar constantemente em contato com outros tripulantes e passageiros
Sabe quando você quer um momento para descansar, longe do mundo, de tudo e de todos? Isso não existe em um navio. Como disse um amigo, um navio é como uma biblioteca internacional de livros, mas algumas vezes as prateleiras caem em cima de você. Pensando no lado pessoal, é excelente para fazer amizades, e até contatos profissionais. Mas quando você pensa em ficar sozinho, sempre vai ter um passageiro ou tripulante tentando puxar papo com você.
Você pode passar oito meses sem folga no trabalho em um cruzeiro
Em vários cruzeiros, são sete dias de trabalho por semana para a duração do contrato, que normalmente tem 8 meses de duração. É isso mesmo, oito meses seguidos sem um dia de folga. Em vez de folgas, o trabalho em cruzeiros oferece vários horários de descanso por dia, e há a troca de turnos entre vários funcionários. É pesado, e sem um bom preparo físico e mental, você pode ficar sobrecarregado.
Os horários de trabalho em um cruzeiro são bem confusos
Como um tripulante de um navio está em serviço mesmo quando o navio atraca, não é inédito trabalhar 100 horas por semana durante 15 semanas seguidas. Alguns cargos de tripulantes no navio, no entanto, recebem um ou dois dias de folga por semana. Você tem que escolher bem seu cargo como tripulante, se deseja ter pelo menos uma folga por semana e horários mais ou menos fixos.
Trabalhar em navio: salário bem variado!
Enquanto isso depende totalmente o trabalho que você está fazendo como tripulante, algumas posições da equipe podem fazer um bom dinheiro. Outras vezes, o salário que você consegue em um cruzeiro é o mesmo de um cargo semelhante em “terra firme”, mas sem os custos com moradia, alimentação, transporte, e saúde. Por isso, mesmo quando um cruzeiro paga pouca gorjeta (que é parte essencial dos ganhos para uma tripulação), dá pra guardar uma grana boa!
Tripulantes não comem a mesma comida que os hóspedes
Muitas pessoas pensam que os membros da tripulação comem a mesma comida que os passageiros, mas a verdade é que a cozinha e sala de jantar para tripulantes é bem menos glamourosa. E a comida, também. Espere mais pratos básicos, e menos pratos complexos, cheios de sabores e caprichos dos chefes.
Trabalhar em navio é como viver um intercâmbio
Se você já sonhou em viver, trabalhar, e festejar com pessoas de todo o mundo, os cruzeiros internacionais são uma excelente oportunidade para isso. Algumas equipes têm mais de 60 nacionalidades diferentes representadas, e aprender sobre diferentes culturas é uma das melhores partes de trabalhar em um navio de cruzeiro.
A tripulação do navio é segregada por classificação
Existem três tipos de trabalhadores de Cruzeiro: oficiais; membros da equipe (como dançarinos, músicos, vendedores, caixas, etc); e equipe geral (barmen, equipe de atendimento, e administradores de cabine). A cada grupo são concedidos privilégios diferentes. Por exemplo, os oficiais são livres para ver shows, se misturar com os passageiros, e explorar os portos, enquanto membros da equipe geral não são autorizadas a desembarcar, e nem a entrar em áreas para não tripulantes sem estar em horário de trabalho.
Um adendo: um dos nossos entrevistados, faz carreira em navio, isto é, já trabalha há anos em cruzeiros. Antes de trabalhar em navios, ele fez um plano de carreira para se tornar um tripulante oficial. Hoje, ele tem privilégios e acesso a quase todo o navio, e já está se preparando para se tornar um oficial. Mas tudo que ele fez foi bem planejado, e pode ser uma boa opção para você também!
O trabalho em cruzeiro ajuda a te tornar muito mais eficiente
Nenhuma empresa em terra pode fazer o que trabalhadores de navio podem. Não chegam nem perto. Um exemplo: uma sala de jantar, basicamente, vai de vazia a 900 pessoas em 15 minutos. Quando um navio tem duas salas de jantar, e cada um tem dois horários para servir o jantar, basicamente são alimentados 3.500 passageiros em menos de cinco horas.
Outro exemplo: a rotação de passageiros. Às vezes, a tripulação tem apenas três horas no porto para descarregar milhares de passageiros, limpar o navio, mudar equipes, e receber e acomodar os mais diversos grupos de pessoas.
Por fim, a escolha do trabalho em um navio tem que ser sua. Pese bem se esse é um trabalho que te agrada, se é algo que se encaixa no seu perfil. Conte para gente sua experiência e sua decisão nos comentários abaixo. Sua participação é muito importante para ajudar outras pessoas a encontrarem o caminho certo na carreira como tripulação de um navio.
Sobre o autor
André é pós-graduado em pedagogia empresarial, especializando na padronização de processos. Possui mais de 300 horas em cursos relacionados à administração de empresas, empreendedorismo, finanças, e legislação. Atuando também como consultor e educador empresarial, André escreve sobre Recursos Humanos desde 2012.
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