Vale a pena sair dos grandes centros para trabalhar no interior?

Em Motivação no trabalho por André M. Coelho

Para alguns, a vida no interior pode ser um inferno. Acostumados ao caos das cidades grandes, estão condicionados a terem muitas coisas para fazer todos os dias de suas vidas e o certo “marasmo” de cidades no interior pode levá-los à loucura. Já outros, não veem a hora de encontrar uma maneira de fugir dos grandes centros e assim, poder viver uma vida mais tranquila. Ao comparar de forma bem imparcial, será que vale a pena sair dos grandes centros para ir para o interior?

Privacidade

Se você gosta de privacidade, viver no interior funciona muito bem, especialmente se sua casa está situada em uma área remota e não tem vizinhos. Isso também proporciona um pouco de solidão, se você não soube aproveitar a situação. Porém, cidades no interior de menor porte podem também ser uma zona multiplicadora de fofocas e boatos. Mas qualquer lugar pode ter fofocas e boatos, independente do tamanho. A diferença é que em uma cidade pequena, se você morar longe da cidade, pode se manter bem afastado disso.

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Menos poluentes

A paisagem é geralmente calma e pacífica e certamente não tão contaminada com poluentes tóxicos como a cidade. Não é tão o tráfego ou poluição industrial, apesar de que cidades de médio porte já estarem encontrando sérios problemas de mobilidade urbana  e até de poluição. Ecologicamente falando, as vantagens de viver no interior incluem comer alimentos produzidos localmente, menos poluição e, dependendo de onde você for morar,  terra para cultivar seu próprio alimento e criar seus próprios animais.

Gravidez saudável, infância feliz e segura

Uma mulher grávida que vive na cidade é mais apta a entrar em trabalho de parto prematuro do que uma mulher grávida que vivem no interior, especialmente se a mulher mora perto de uma concentração de estradas e rodovias principais, como algumas pesquisas perceberam. A exposição à poluição do ar produzida pelo carro e as emissões de caminhões pode provocar parto prematuro. O barulho do tráfego da cidade que impede uma mulher grávida de dormir bem à noite também pode ser um fator contribuinte. Gravidez de moradores da cidade foram encurtadas por uma média de 4,4 por cento, de acordo com estudos.

Casas bonitas no campo

Imagine quando em uma cidade grande seria possível ter uma casa bonita como essa sem ter que gastar fortunas? (Foto: www.visitorattractions.org.uk)

Além disso, cidades no interior, mesmo as de médio porte, são muito mais seguras e tranquilas para a criação de seus filhos. E não tem preço ir dormir à noite sabendo que seus filhos podem viver em um lugar com tranquilidade, sem os perigos dos grandes centros urbanos.

Espaço maior

No interior, você tem mais espaço. Se você quer construir a sua casa, você tem o espaço para fazê-lo. Se você quiser construir um galpão ou um celeiro ou um estúdio de arte, você tem o espaço. O espaço é um prêmio caro em áreas urbanas, o que não é o caso no campo. Você pode até mesmo ter mais filhos do que você teria se você tivesse ficado na sua pequena habitação da cidade. Dependendo de onde você vive no interior, você pode ter vista para a montanha, vista para o lago, vista para o mar ou até muitas árvores debaixo da sua janela. Você também não vai precisar ir muito longe para conseguir um terreno bem mais barato: cidades do interior perto de grandes centro chegam a ter terrenos com valores de 50% ou mais baratos do que terrenos com as mesmas características na cidade grande.

Acesso à natureza

Aficionados ao ar livre podem preferir o interior, porque eles têm acesso fácil a caminhada, escalada, passeios de bicicleta, camping, pesca, caça e vários lugares onde você pode fazer praticamente qualquer coisa que você quiser sem ter que viajar para outro lugar para fazer isso. Saia de sua porta de casa e você pode estar dentro ou perto de uma trilha natural ou pelo menos, em uma cidade do interior de médio porte, você estará próximo de pequenas cidades com estes benefícios.

Tecnologia e recursos

Talvez, a maior desvantagem de morar no interior seja o acesso à tecnologia e recursos, tais como mercados 24 horas, drogarias, hospitais etc. Porém, cada vez mais cidades estão recebendo tais recursos de forma mais rápida, incluindo acesso à redes 3G e muito mais. Vale uma pesquisa e colocar na balança o quão importante isso é pra você em comparação com os outros ganhos de morar no interior.

Felicidade no interior

O mais importante ao decidir morar no interior é saber se você está realmente feliz. Sabendo isso, tomar a decisão fica muito mais fácil. (Foto: www.grough.co.uk)

Salários

Salários no interior tendem a ser menores, assim como os custos de vida. Porém, essa tendência já está mudando e mais pessoas estão começando a ganhar mais no interior e ter níveis de vida muito melhores do que nos grandes centros. Em compensação, a mentalidade interiorana pode ser um obstáculo ou uma oportunidade, dependendo do seu ponto de vista. Planos de carreira são raros em empresas do interior, mas de novo: tudo vai depender de você e sua capacidade empreendedora.

Considerações finais

Coloque numa balança: o que é mais importante para você? Como você se vê daqui a 5 anos? E daqui a 10? Onde você vê seus filhos crescendo? Vou dar um exemplo pessoal: saí de uma cidade de médio porte para uma grande capital, no caso Belo Horizonte. Vivi lá por quase 3 anos, tive várias oportunidades de emprego, aprendi muito mais do que aprenderia em minha cidade natal e pude ganhar um bom dinheiro, mudando muito minha mentalidade e valorizando mais ainda o meu trabalho. Voltei para minha cidade natal porque não me adaptei bem à cidade grande e vejo o quão diferente é a qualidade de vida. Posso até ganhar um pouco menos aqui no futuro, mas é um preço que estou disposto a pagar pelos ganhos em qualidade de vida, a proximidade das pessoas e tudo mais. Só que para responder a pergunta se vale a pena ou não dar uma mudança dessas na sua vida e na sua carreira, só cabe a você responder.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André é pós-graduado em pedagogia empresarial, especializando na padronização de processos. Possui mais de 300 horas em cursos relacionados à administração de empresas, empreendedorismo, finanças, e legislação. Atuando também como consultor e educador empresarial, André escreve sobre Recursos Humanos desde 2012.

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